Parlamentares criticam fala de Lula sobre Putin não ser preso se vier ao Brasil

A oposição ao governo criticou a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Vladimir Putin, mandatário da Rússia, não ser detido caso visite o Brasil para participar da cúpula do G20, em 2024 – o país será sede do encontro. Em entrevista ao canal indiano “Firstpost”, o chefe do Executivo confirmou que o líder russo receberá o convite para a próxima edição. “Acredito que Putin pode ir facilmente para o Brasil. Se eu sou o presidente do Brasil e ele for ao Brasil, não há por que ele ser preso. Ele não será preso”, afirmou. A entrevistadora, então, lembrou que Putin foi condenado, em março, pelo Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra. Mesmo o Brasil sendo signatário do tribunal, o presidente brasileiro descartou emitir mandado de prisão contra o russo. Um dos políticos que reagiram negativamente à declaração de Lula foi o deputado federal Kim Kataguiri (União-SP). “Lula, ao dizer que Putin não seria preso no Brasil, não só desafia o Tribunal Penal Internacional, como também dá um recado ao mundo democrático: o Brasil está do lado dos autoritários que atentam contra o mundo livre. Lula é um ser absolutamente incapaz de nos presidir!”, escreveu o parlamentar no X, antigo Twitter. Outro que também se posicionou foi o senador Sergio Moro (União Brasil-PR). “O Brasil de Lula está alinhado internacionalmente com as autocracias não com as democracias ocidentais”, disse. Já o ex-deputado federal Deltan Dallagnol comentou que “é uma pena o Brasil ser governado por donos do poder e não pela lei”. O ex-presidente do Partido Novo, João Amoêdo, também criticou a fala de Lula e frisou que “o Brasil tem obrigação” de deter Putin. “Lula é irresponsável e envergonha o Brasil ao convidar Putin para participar da próxima cúpula do G-20 no Rio de Janeiro, afirmando que ele não será preso. Como signatário do Tribunal Internacional que determinou a prisão do autocrata russo, o Brasil tem a obrigação de detê-lo”, completou.

*Com informações do repórter Alvaro Nocera.