Foi no passado dia 2 de dezembro que o Partido Socialista apresentou dois projetos de lei relativos às motos, um dos quais relativos à sua circulação entre as filas de trânsito na estrada.
Foi no passado dia 2 de dezembro que o Partido Socialista apresentou dois projetos de lei relativos às motos, um dos quais relativos à sua circulação entre as filas de trânsito na estrada. O Automóvel Club de Portugal (ACP) reagiu à proposta e não escondeu a sua perplexidade com as ideias apresentadas.
O organismo começou por considerar a proposta de lei "um autêntico atentado à (pouca) segurança rodoviária nacional" e referiu que desconhece qualquer estudo feito pelo Partido Socialista.
"Com espanto e indignação, o Automóvel Club de Portugal verifica que o Partido Socialista defende que 'sempre que se verifique grande intensidade de trânsito, é permitida a circulação de motociclos e ciclomotores entre filas de veículos, desde que sejam cumpridas as seguintes condições: a) A velocidade máxima de circulação não pode exceder os 30 km/h; b) O condutor deve manter uma distância lateral de segurança suficiente para evitar colisões com os veículos circundantes; c) É proibida a ultrapassagem pela direita, salvo em situações de trânsito parado e em que seja possível executar a manobra em condições de segurança'. Esta proposta, subscrita por vários deputados com altas responsabilidades no Parlamento e no País, suscita ao ACP uma enorme perplexidade face ao desconhecimento que a mesma revela", lê-se no comunicado da ACP.
O Automóvel Club de Portugal acabou por lançar várias questões ao Partido Socialista em forma de refutação da sua proposta de lei.
"Quando se discutem ainda os limites de velocidade nas zonas 30 e 20, pretende que, entre as filas de trânsito, os motociclistas circulem no máximo a 30km/hora? Ou se tem conhecimento que na maioria das vias não existe qualquer espaço de segurança para essas manobras? Interroga-se, também, sobre qual é a definição de situação de muito trânsito para o Partido Socialista: duas filas de 10 carros? 20 filas de 50 carros? Com espanto, o ACP pondera se os deputados que subscreveram esta proposta estão de facto a pensar no que escreveram", sublinha o ACP, que deixou ainda um desafio ao Partido Socialista.
"Escolham uma via em que 39 deputados circulam de carro e os outros 39 de moto e testem na prática aquilo a que se propõe", termina.