Norma sancionada pelo presidente Joe Biden ordena que a chinesa ByteDance, dona da rede social, venda o controle da plataforma no país até 19 de janeiro. Influenciadores alertam seguidores sobre possível mudança para outras plataformas. Sede da TikTok nos Estados Unidos
Mike Blake/REUTERS
A ByteDance, empresa chinesa dona do TikTok, entrou com um pedido de bloqueio temporário da lei que exige a venda o aplicativo de vídeos curtos nos EUA até dia 19 de janeiro, sob o risco dele ser proibido no país (relembre o caso).
O pedido foi feito em caráter de emergência ao Tribunal de Apelações dos EUA para o Distrito de Colúmbia, nos EUA, na segunda-feira (9).
Ele aconteceu após a ByteDance ter sofrido um revés na última sexta-feira (6), quando um painel de juízes do tribunal de apelações manteve a validade da lei.
Na nova apelação, a ByteDance diz que se a lei entrar em vigor, vai fechar "uma das plataformas de discurso mais populares do país — para seus mais de 170 milhões de usuários domésticos mensais na véspera da posse presidencial".
A empresa chinesa ainda pode recorrer à Suprema Corte dos EUA.
Por que a ByteDance pediu um bloqueio temporário? Segundo os advogados da empresa, para ganhar tempo até que o caso chegue à Suprema Corte, onde eles acreditam que a lei será revertida.
Se a Suprema Corte não reverter a lei, o presidente dos EUA Joe Biden decidirá se concederá uma extensão de 90 dias do prazo de 19 de janeiro ou não. Depois, a bola estará com Donald Trump, que assume o cargo em 20 de janeiro.
Tiktokers dos EUA alertam seguidores
Após a Justiça confirmar na sexta-feira (6) a lei que pode banir o TikTok, influenciadores da rede social estão pedindo que seguidores se inscrevam em seus canais em outras plataformas, como Instagram e YouTube.
No aplicativo, os espectadores e influenciadores expressam preocupações e confusão. Muitos dizem duvidar que a plataforma sobreviverá e que estão se preparando para o pior.
Chris Burkett, criador de conteúdo no TikTok, com 1,3 milhão de seguidores em seu perfil sobre estilo de vida masculino, disse que acha que a plataforma não vai durar, segundo a Reuters.
"Não acho que haja longevidade nesse aplicativo nos Estados Unidos", disse ele em uma publicação de vídeo, pedindo ao seu público que o siga em outras redes sociais, como Instagram, YouTube, X e Threads.
Já o criador de conteúdo de viagens gastronômicas SnipingForDom, que tem 898 mil seguidores no aplicativo, disse: "Dedicamos muitos anos e muito tempo para construir nossa comunidade aqui", informou a Reuters.
Embora ele não acredite que o fim do TikTok nos EUA esteja próximo, ele tem dito aos seguidores para acompanhar sua conta no Instagram, de acordo a agência.
Sarah Jannetti, vendedora na TikTok Shop, disse que seus clientes não estão preocupados com uma possível proibição do aplicativo e não mudarão seus negócios "até que vejam algo mais concreto".
Relembre o caso
Em abril, o presidente americano Joe Biden sancionou um projeto de lei que ordena que o TikTok seja vendido para uma empresa de confiança dos EUA até dia 19 de janeiro de 2025, sob risco da plataforma ser proibida no país.
Esse prazo poderá ser renovado por mais 90 dias. Caso contrário, a rede social terá que deixar o mercado americano e as big techs Apple e Google terão que remover o TikTok de suas lojas de aplicativo, App Store e Play Store, respectivamente.
Os EUA alegam que o TikTok coleta dados confidenciais de americanos e que isso representa um risco à segurança nacional.
O país teme que a China possa usar as informações de mais de 170 milhões de usuários americanos da plataforma para atividades de espionagem. O TikTok, por sua vez, nega a acusação.
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