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Jornal da Manhã

Preço médio do aluguel de apartamentos residenciais aumentou 9,24% no primeiro semestre

Somente no primeiro semestre de 2023, o preço médio de aluguel de apartamentos residenciais aumentou 9,24%, de acordo com os dados do Índice FipeZAP+, tal valor representa o triplo da inflação do período, que foi de 2,87%, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).


Somente no primeiro semestre de 2023, o preço médio de aluguel de apartamentos residenciais aumentou 9,24%, de acordo com os dados do Índice FipeZAP+, tal valor representa o triplo da inflação do período, que foi de 2,87%, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O levantamento coletou dados de 25 cidades brasileiras. Em junho, o município com o metro quadrado mais caro do país foi Barueri (R$ 53,14), seguido por São Paulo (R$ 46,41), onde o bairro mais caro registrado foi o Itaim Bibi, com metro quadrado a R$ 73,20 em média. Em terceiro lugar no ranking está Recife (R$ 43,55), seguida por Florianópolis (R$ 41,48), Rio de Janeiro (R$ 39,26) e Brasília (R$ 37,02). Em entrevista à Jovem Pan News, a urbanista e professora da Universidade de São Paulo (USP), Raquel Rolnik, explicou que o país tem enfrentado uma alta nos aluguéis porque os donos dos imóveis preferem alugar por curtas temporadas ao invés de manter inquilinos por anos.

“Tem uma reestruturação no mercado, onde se criou um mercado de aluguel de curte duração, essas plataformas digitais, do tipo Airbnb. O que acaba acontecendo é que você tira um pedaço de estoque, que é o estoque residencial das pessoas, e joga para um mercada que tem a capacidade de pagar, porque é curta duração e não paga com salários daqui, mas com renda de fora, muito maior do que as pessoas que moram na cidade”, afirmou Rolnik. Entre as cidades com os aluguéis mais baratos em média estão Fortaleza (R$ 24), Porto Alegre (R$ 28,12), Goiânia (R$ 28,23) e Salvador (R$ 30). Independentemente do valor, hoje, no Brasil, as famílias comprometem mais de 30% da renda com custo em aluguéis.

A urbanista explicou as consequências da alta do aluguel nas cidades: “A partir da base de dados do Tribunal de Justiça de São Paulo, dos processos de despejo, é possível examinar o quanto os despejos estão aumentando e aumentando particularmente em algumas áreas da cidade. O centro de São Paulo é esse caso. Ou seja, gente que pagava aluguéis baixos e está sendo despejado por várias razões para que ali seja substituído por valores muito mais altos dos aluguéis novos”.

O professor de economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Joelson Sampaio, afirmou que a alta taxa básica de juros (Selic), que está em 13,75%, também tem reflexo na escalada dos preços dos aluguéis: “A taxa de juros acaba afetando muito o mercado imobiliário. Primeiro por conta do valor, geralmente são artigos que são adquiridos via financiamento. As famílias acabam se alavancando para conseguir financiamentos para imóveis. Com uma taxa de juros em um nível mais alto, isso acaba trazendo um custo maior para financiar esses imóveis, o que acaba afetando o mercado imobiliário e o segmento como um todo”. Para quem pensa em comprar um imóvel para locação, como fonte de renda, o levantamento da FipeZap + indicou que o retorno do aluguel encerrou maio a 5,42% ao ano, valor abaixo de aplicações financeiras de baixo risco, que atualmente remuneram mais de 12% ao ano.

*Com informações do repórter David de Tarso

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