Submissão, um termo frequentemente distorcido pela sociedade no que se refere ao ensino bíblico sobre a relação entre marido e esposa, foi trazido à tona novamente através das redes sociais, após um pastor da Igreja Assembleia de Deus, do ministério Belém, sugerir que as mulheres podem até rastejar em sinal de obediência aos esposos.
Submissão, um termo frequentemente distorcido pela sociedade no que se refere ao ensino bíblico sobre a relação entre marido e esposa, foi trazido à tona novamente através das redes sociais, após um pastor da Igreja Assembleia de Deus, do ministério Belém, sugerir que as mulheres podem até rastejar em sinal de obediência aos esposos.
"A pior desgraça é uma esposa triste, teimosa! Você quer manter seu casamento? Não teima com seu marido, mulher. Se ele disser "rasteja aí, rasteje!"", afirmou Aldery Nelson Rocha, que possui ampla formação teológica e é considerado um dos principais teólogos entre os pentecostais brasileiros.
Entretanto, a fala do líder religioso, ocorrida durante uma pregação, provocou a reação até de colegas do seu ministério, como o pastor Jeremias Couto, também considerado uma referência entre os teólogos pentecostais e membro da mesma denominação, a Assembleia de Deus.
Sem citar o nome de Aldery, Couto publicou um comentário indireto explicando que não há respaldo bíblico na insinuação de que os maridos teriam autoridade até para mandar as suas esposas rastejarem em sinal de submissão.
"Quem deliberadamente torce a Escritura, inventa comportamentos que nunca tiveram respaldo bíblico, diz coisas no púlpito que Deus nunca mandou dizer, trata o sexo feminino como se fosse um bando de escravas, declara nos decibéis mais elevados que é ele quem manda, tal indivíduo está a rastejar aos pés de Satanás", escreveu ele em seus perfis sociais.
Seguidores do pastor Geremias Couto endossaram a sua posição, lamentando a forma como Aldery Nelson abordou o delicado tema da submissão feminina no casamento cristão. "Concordo plenamente! Tem gente que perdeu a noção", escreveu um internauta.
A submissão feminina aos maridos, obviamente no contexto do casamento cristão, é um ensinamento bíblico já discutido amplamente por pastores e teólogos do Brasil e do mundo, mas que infelizmente é alvo de distorções por parte de alguns, o que termina servindo, também, de munição para críticas contra a Igreja.
Em 2019, por exemplo, a então ministra Damares Alves falou sobre este ensino durante uma sessão da Comissão de Defesa dos Direitos das Mulheres na Câmara dos Deputados, o que acabou lhe rendendo ataques por parte da imprensa secular.
Na época Anderson Silva, então pastor da Igreja Vivo por Ti, em Brasília, saiu em defesa de Damares, explicando a diferença entre submissão e subserviência. No primeiro caso, trata-se de uma condição fruto do amor, enquanto o segundo diz respeito ao autoritarismo.
"Domínio é diferente de liderança. Dominar é anular o outro. Liderar é servir o outro. Por isso que a submissão não é algo ruim; submissão é potencializar a missão", disse o pastor. "O feminismo é um Band-Aid para um câncer. O machismo é um câncer; ele não é de Deus, é antibíblico. "