Lateral-esquerdo admite assédio do mercado, mas não tem pressa em definir o futuro. Multa é de R$ 6.7 milhões, mas clube tem gatilho para mantê-lo e negociar valor em caso de proposta Mais jogos, mais gols, mais assistências. Lucas Esteves viveu um 2024 especial com a camisa do Vitória.
Cria da base do Palmeiras e com um cartel de títulos do tamanho de duas Libertadores, o lateral-esquerdo encontrou em Salvador a sequência e confiança necessárias para fazer a melhor temporada da carreira. Ao ponto de curtir as férias com a sensação de dever cumprido e a certeza de um mercado aquecido.
Aos 37 min do 1º tempo - gol de dentro da área de Lucas Esteves do Vitória contra o Criciúma
A multa rescisória baixa e o pouco tempo de contrato pela frente tornam o jovem de 24 anos um alvo natural em uma posição carente no cenário nacional. O presidente do Vitória, Fábio Mota, sabe disso e prometeu, em entrevista ao "Arena Cast", exercer cláusula contratual para segurar o jogador que definiu como "muito assediado".
De férias em São Paulo, Esteves estará presente nesta segunda-feira em evento do projeto social Conceição, em Osasco, onde atuou na infância e virou patrocinador. À distância, observa a movimentação, admite que o momento é de valorização, mas deixa para discutir o futuro depois:
- O que venho fazendo tem sido valorizado e reconhecido e isso me deixa feliz. Conversei de forma rápida com o meu estafe e o pessoal me passou que existem alguns clubes interessados, mas ainda não sentamos para falar de uma forma mais detalhada. Por enquanto, estou descansando com a minha família e com meus amigos. Em breve, vamos sentar e falar sobre o futuro.
Lucas Esteves pelo Vitória contra o Botafogo
Victor Ferreira / EC Vitória
No Vitória desde o início do ano, o lateral tem vínculo até o fim de 2025 e estará livre para assinar pré-contrato a partir de julho. A multa rescisória para tirá-lo da Bahia é de 1.1 milhão de dólares (cerca de R$ 6.7 milhões), mas o Vitória tem a opção de mantê-lo pagando 10% deste valor a cada investida de fora - o que daria fôlego para negociar uma melhor venda.
Com 51 partidas no ano, 39 como titular, Lucas Esteves marcou dois gols, deu quatro assistências e chamou a atenção pelo equilíbrio entre ações ofensivas e defensivas no Rubro-Negro Baiano. Capacidade que desenvolveu com o passar do tempo após experiências em Palmeiras, Colorado Rapids, Fortaleza e Atlético-GO.
- Hoje, sou um cara mais maduro, mais experiente e mais preparado tanto dentro como fora de campo. Me considero um atleta bem mais completo.
Lucas Esteves bateu um papo com o ge durante as férias para falar da boa temporada no Vitória, da expectativa para o mercado e de suas características. Confira abaixo:
Você teve sua temporada com melhores números: mais jogos, mais gols e mais assistências. O que aconteceu de diferente no Vitória para que o Lucas Esteves que prometia tanto no Palmeiras, enfim, mostrasse em campo tudo o que esperavam dele?
- Eu acho um pouco injusto comparar o Lucas Esteves de agora com o Esteves do Palmeiras. Primeiro, porque eu era mais jovem e o time do Palmeiras era muito forte. Na minha posição, por exemplo, eu concorria com três atletas: um jogador da seleção do Uruguai, tinha o Diogo Barbosa, um ótimo jogador e que vivia uma boa fase, além do Victor Luis, outro ótimo profissional e que estava voltando de empréstimo. Muitos dizem, aliás, que aquela equipe era o início da segunda Academia. E não foi por acaso que ganhamos duas Libertadores e outros vários títulos. Ali, eu estava subindo da base e essa transição é mais lenta, é preciso de um tempo para se adaptar.
Gabriel Menino, Patrick de Paula, Gabriel Veron, Esteves, Wesley e Alan: geração de talentos do Palmeiras
Cesar Greco / Ag. Palmeiras
- Hoje, sou um cara mais maduro, mais experiente e mais preparado tanto dentro como fora de campo. Me considero um atleta bem mais completo. Saí do Palmeiras e joguei fora do país, onde fui muito bem, depois voltei e consegui ter boas temporadas, como a do ano passado, quando subimos o Atlético-GO para a primeira divisão. Agora, no Vitória, cheguei ao time no começo do ano e o elenco vinha de um título da Série B. Fomos campeões do Baiano e precisei esperar a minha oportunidade, pois a equipe estava montada. Mas com a chegada do Carpini , consegui ter uma sequência boa e graças a muito trabalho, retribuí a confiança que ele e a comissão me deram. Fiz bons jogos e ajudei o Vitória em diversos momentos. Analisando com calma, acredito que foi uma das minhas melhores temporadas e termino o ano com um sentimento de dever cumprido.
Você termina o ano em alta em uma posição muito carente no mercado brasileiro e com condições interessantes para saída (multa baixa e apenas mais um ano de contrato). O que você projeta para 2025?
- Graças a Deus e ao meu trabalho, e como já falei anteriormente, acredito que fiz uma boa temporada e termino o ano em uma boa evolução. O que venho fazendo, tem sido valorizado e reconhecido e isso me deixa feliz. Conversei de forma rápida com o meu estafe e o pessoal me passou que existem alguns clubes interessados, mas ainda não sentamos para falar de uma forma mais detalhada. Por enquanto, estou descansando com a minha família e com meus amigos.
- Em breve, vamos sentar e falar sobre o futuro. Mas, atualmente, tenho contrato com o Vitória e gostaria de ressaltar que sou muito grato ao clube por ter acreditado no meu futebol. O ano de 2024 foi muito bom. A diretoria trabalhou bem e nos deu todas as condições de desempenhar o nosso trabalho no mais alto nível. Fomos campeões baianos, superando o nosso rival na final. Só tenho que elogiar todo o trabalho da diretoria e de todos os funcionários do clube. Desde o meu primeiro dia no Vitória, jamais tive algum problema e estou muito feliz aqui.
Por mais que você tenha terminado em alta, não é todo mundo que acompanha tão de perto o Vitória. Como você definiria suas características para o torcedor que não te conhece? O quanto você amadureceu nesta temporada para ser um lateral mais completo?
- Ah, é difícil falar de você mesmo, né? Prefiro que os outros analisem o meu futebol. O que eu tenho para dizer é que me considero um atleta competitivo. Às vezes, pode parecer que brigo, que eu cobro, mas tudo isso faz parte desse meu desejo de ganhar sempre. Além disso, estou muito mais maduro e preparado do que eu era há alguns anos. Apesar de jovem, já defendi vários clubes, inclusive, fora do Brasil, e sempre joguei, sempre fiz parte do time. Me considero um cara de grupo e que sempre busca o melhor para a equipe.