Cerimônia desta terça-feira (24) marcou o Ano Santo de 2025 da Igreja Católica, que deve atrair mais de 30 milhões de fiéis de todo o mundo para a capital italiana e para o Vaticano. Papa Francisco comandando a Missa do Galo no Vaticano
Remo Casilli / POOL / AFP
O Papa Francisco abriu, nesta terça-feira (24), o "Ano Santo" de 2025 da Igreja Católica, a grande peregrinação internacional para a qual são esperados mais de 30 milhões de fiéis de todo o mundo em Roma.
Na véspera de Natal, na presença de quase 30 mil pessoas e com transmissão para todo o mundo, o pontífice abriu a Porta Santa da Basílica de São Pedro, no Vaticano, simbolizando o início do Jubileu.
Sentado em uma cadeira de rodas, Jorge Bergoglio se posicionou perante a pesada e imponente porta de bronze, em cuja soleira permaneceu em silêncio e entrou na basílica monumental, seguido de uma longa procissão, enquanto os sinos tocavam.
Ao longo de todo o ano, os peregrinos poderão atravessar esta porta, que permanece fechada em períodos normais, para receber a "indulgência plenária", o perdão dos pecados, segundo a tradição.
Em seguida, o papa, de 88 anos, que enfrenta problemas frequentes de saúde, celebrou, como faz todos os anos, a Missa do Galo.
"Pensemos nas guerras, nas crianças metralhadas, nas bombas sobre escolas e hospitais", disse em sua homilia, em alusão aos bombardeios de Israel em Gaza, cuja "crueldade" havia denunciado esta semana, provocando protestos da diplomacia israelense.
Às 12h desta quarta-feira (25), dia de Natal, quando Francisco pronunciar a tradicional bênção "urbi et orbi" (para a cidade e o mundo), espera-se que ele renove seus apelos a um cessar-fogo no Oriente Médio e no resto do mundo.
Fiel à sua defesa dos marginalizados, Francisco celebrará esta tradição na quinta-feira (26), na prisão romana de Rebibbia, onde presidirá uma missa como sinal da sua proximidade com os prisioneiros.
Segurança reforçada para os eventos do Jubileu
Após o ataque mortal em um mercado natalino na Alemanha há quatro dias, a segurança em torno do Vaticano foi reforçada. Cerca de 700 agentes adicionais foram enviados a Roma, segundo o Ministério do Interior.
Organizado a cada 25 anos pela Igreja Católica, o Jubileu é considerado um período de conversão e penitência para os fiéis, e é acompanhado por uma longa lista de eventos culturais e religiosos.
Na preparação para o Jubileu, Roma efetuou obras importantes que testaram a paciência dos moradores, com a restauração de monumentos e praças do centro histórico.
Entre as mais emblemáticas está a restauração e limpeza da Fontana Di Trevi, reinaugurada neste fim de semana, e um túnel perto do castelo de Sant'Angelo, perto do Vaticano, inaugurado na segunda-feira pela primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, que considerou a conclusão do projeto um "pequeno milagre".
A abertura da Porta Santa será seguida nos próximos dias pelas de outras três grandes basílicas de Roma e de milhares mais nas igrejas de todo o mundo.
O Jubileu foi modernizado, incluindo a criação de um aplicativo para smartphone em seis idiomas com informações práticas, mapas interativos, horários e QR codes.
O Jubileu tem também seu própria mascote, chamado Luce ("luz" em latim), inspirado em uma personagem da cultura pop mangá, uma iniciativa sem precedentes para o Vaticano, que gerou críticas, mas que alguns consideram um desejo de renovação geracional.
Em 2016 foi celebrado um Jubileu "extraordinário" com o lema do perdão. O próximo acontecerá em 2033 para recordar a crucificação de Cristo.
O último Jubileu "ordinário", organizado em 2000 durante o pontificado de João Paulo II, reuniu 25 milhões de pessoas.
Sentado em uma cadeira de rodas, Papa Francisco abre as portas da Basílica de São Pedro, no Vaticano
REUTERS/Remo Casilli/Pool
Fiéis orando e assistindo à Missa do Galo na Praça de São Pedro, no Vaticano
REUTERS/Remo Casilli